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2012 - Livro Vermelho 2013

Bactris ferruginea Burret NT

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 02-05-2012

Criterio:

Avaliador: Pablo Viany Prieto

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Bactris ferruginea apresenta uma distribuição ampla ao longo da costa Atlântica, tendo uma EOO de 184514,6 km². Embora a AOO seja pequena (88 km²) e o habitat da espécie específico, considera-se que a mesma ocorra em mais de 10 situações de ameaça. Por outro lado, B. ferruginea habita áreas já altamente desmatadas ou atualmente ameaçadas pelo desmatamento. Devido a isso, considera-se que a espécie possa vir a estar ameaçada em um futuro próximo.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Bactris ferruginea Burret;

Família: Arecaceae

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Espécie descrita na obra Repert. Nov. Spec. Nov. Regni Veg. 34: 222. 1934. Conhecida popularmente como "coco-de-fuso", "coquinho", "mané-véio" (Lorenzi et al., 2010) e "coquinho-da-mata" (Lucena, 2009).

Dados populacionais

​Martini (2002) identificou 6 indivíduos da espécie na Reserva Biológica de Una, Bahia, tendo sido 1 em ambiente de clareira, 3 em área queimada e 2 em sub-bosque adjacente às clareiras em um total de 24 parcelas de 1m² cada. A espécie se destaca por apresentar densas populações no Engenho Roncadorzinho, no município de Barreiros, litoral sul de Pernambuco, o qual abrange 300ha de área (CEPAN, 2009).Thomas et al. (2009) contabilizaram 5 indivíduos em 50 parcelas de 20m x 10m em um fragmento de floresta na Fazenda Serra do Teimoso, Jussari, Bahia. A área total da floresta é 200ha.

Distribuição

A espécie é endêmica do Brasil, de ocorrência na Mata Atlântica, nos Estados de Pernambuco, Bahia, Minas Gerais e Espírito Santo. (Leitman et al., 2012)

Ecologia

Espécie espinhosa, cespitosa, com até 10 m de altura, formando touceiras. Frutifica durante o verão com sementes que demoram de três a quatro meses para germinarem (Lorenzi et al., 2010)

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes A Estação Biológica de Caratinga, local de ocorrência da espécie, compreende 880 ha de matas que, na maior parte, sofreram variadas formas de exploração, desde o corte seletivo até a derrubada total para o estabelecimento de pastagens (Lombardi; Gonçalves, 2000)

1.1 Agriculture
Detalhes A porção oeste da Reserva Biológica de Una, provavelmente em função dos solos mais férteis, sofreu forte pressão antrópica entre 1976 e 1980, quando o decreto oficial ocorreu. Durante esta época, agricultores instalaram cultivos de subsistência e somente em 1993, grande parte da situação fundiária foi regularizada. De um total de 11.400 ha, 7.022 ha estão regularizados e os outros 4.378 ainda não estão. Em função disso, a porção oeste encontra-se bastante fragmentada. Além disso, em 1995 um incêndio atingiu 600 ha de floresta da REBIO (Martini, 2002)

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: A espécie foi considerada "Em perigo" (EN) na Lista vermelha da flora do Espírito Santo (Simonelli; Fraga, 2007).

5.7 Ex situ conservation actions
Situação: on going
Observações: Podem ser encontrados 16 indivíduos da espécie no Jardim Botânico de Recife (Mota, 1007)

Usos

Referências

- LEITMAN, P.; HENDERSON, A.; NOBLICK, L. ET AL. Arecaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/>. Acesso em: 13 março 2012.

- SIMONELLI, M.; FRAGA, C. N. (ORG.). Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção no Estado do Espírito Santo. Vitória, ES: IPEMA, 2007. 144 p.

- MENEZES, C. M.; FIGUEIRÃO, F. L. S.; SANTANA, F. D. ET AL. Caracterização Florística-fitossociológica de Fragmentos de Floresta Ombrófila Densa da Microbacia do Rio dos Córregos, Ituberá, Bahia. AGIRÁS Revista AGIR de Ambiente e Sustentabilidade, v. 2, n. 1, p. 12-26, 2010.

- LUCENA, M. F. A. Flora da Fazenda Morim, São José da Coroa Grande, Pernambuco, Brasil, Recife, PE, 2009.

- ANDREAZZI, C. S.; PIRES, A. S.; FERNANDEZ, F. A. S. Mamíferos e Palmeiras Neotropicais: Interações em Paisagens Fragmentadas. Oecologia Brasiliensis, v. 13, n. 4, p. 554-574, 2009.

- SILVA, W. C. DA; MARANGON, L. C.; FERREIRA, R. L. C. ET AL. Estudo da Regeneração Natural de Espécies Arbóreas em Fragmento de Floresta Ombrófila Densa, Mata das Galinhas, no Município de Catende, Zona da Mata Sul de Pernambuco. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 17, n. 4, p. 321-331, 2007.

- LOMBARDI, J. A.; GONÇALVES, M. Composição Florística de Dois Remanescentes de Mata Atlântica do Sudeste de Minas Gerais, Brasil, Revista Brasileira de Botânica, v.23, p.255-282, 2000.

- CEPAN. Relatório Engenho Roncador Município De Barreiros - Pe, Recife, PE, 2009.

- LUCENA, M. F. A. Flora da Mata do CIMNC, Pernambuco, Brasil, 2009.

- LUCENA, M. F. A. Flora da Fazenda Soberana, São Benedito do Sul, Pernambuco, Brasil, Recife, PE, 2009.

- THOMAS, W. W.; JARDIM, J. G.; FIASCHI, P. ET AL. Composição Florística e Estrutura do Componente Arbóreo de uma Área Transicional de Floresta Atlântica no Sul da Bahia, Brasil. Revista Brasileira de Botânica, v. 23, n. 1, p. 65-78, 2009.

- ADALMERES CAVALCANTI DA MOTA. Comparação de duas Metodologias Multivariadas no Estudo de Similaridade entre Fragmentos de Floresta Atlântica. Dissertação de Mestrado. Recife, PE: Universidade Federal Rural de Pernambuco, 2007.

- ADRIANA MARIA ZANFORLIN MARTINI. Estrutura e Composição da Vegetação e Chuva de Sementes em Sub-bosque, Clareiras Naturais e Área Perturbada por Fogo em Floresta Tropical no Sul da Bahia. Tese de Doutorado. Campinas, SP: Universidade Estadual de Campinas, 2002.

- LILIAN SILVA CATENACCI. Ecologia Alimentar do Mico-Leão-da-Cara Dourada, Leontopithecus Chrysomelas (Kuhl, 1820) (Primates: Callitrichidae) em Áreas Degradadas da Mata Atlântica do Sul da Bahia. Dissertação de Mestrado. Ilhéus, BA: Universidade Estadual de Santa Cruz, 2008.

- LORENZI, H.; NOBLICK, L.; KAHN, F. ET AL. Flora Brasileira - Arecaceae (Palmeiras). Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2010. 384 p.

- INSTITUTO PLANTARUM. Acervo Vivo: Jardim Botânico Plantarum. Disponivel em: <http://www.plantarum.org.br/jardim-botanico>. Acesso em: 13 de Março de 2012.

Como citar

CNCFlora. Bactris ferruginea in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Bactris ferruginea>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 02/05/2012 - 17:36:48